28% das empresas de produtos cosméticos encontram-se em risco de incumprimento
Apenas 7% das empresas de produtos cosméticos foram constituídas nos últimos 10 anos. Microempresas representam 92% do setor, mas não mais que 18% do volume de negócios.

Apenas 7% das empresas de produtos cosméticos foram constituídas nos últimos 10 anos. Microempresas representam 92% do setor, mas não mais que 18% do volume de negócios.
O setor de produtos cosméticos em Portugal, que vinha numa tendência de crescimento constante nos últimos anos, não escapou aos efeitos negativos da pandemia. De acordo com dados do Insight View, o volume de negócios do setor caiu 16% em 2020, em comparação com o ano anterior. Essa queda pode ser atribuída em parte à redução das vendas em lojas físicas, devido ao encerramento temporário de muitos estabelecimentos comerciais, à diminuição das deslocações e de eventos sociais. No ano de 2021 aconteceu uma recuperação de aproximadamente 4% no volume de negócios, contudo, ainda longe dos valores apresentados pré-pandemia.
Relativamente à dimensão das empresas, o setor é composto quase na sua totalidade por microempresas, que representam cerca de 92% das empresas. Em termos de volume de negócios, as microempresas apenas representam 18% do total de volume de negócios das empresas do setor. Tanto as pequenas como as médias empresas faturam 24% do total das empresas de produtos cosméticos e, apesar de existirem apenas duas empresas de grande dimensão, estas totalizam 39% da faturação.
No que diz respeito à antiguidade das empresas, os dados do Insight View mostram que metade das empresas têm entre 2 e 10 anos, sendo dividido em termos percentuais de forma igual entre os escalões 2 a 5 anos e 6 a 10 anos. Por outro lado, as empresas mais recentes, que foram constituídas há menos de 1 ano representam 14% do total, enquanto as mais antigas, com mais de 25 anos, correspondem a apenas 11%.
Os dados apresentados revelam uma distribuição relativamente uniforme em relação ao risco das empresas de produtos cosméticos, com 43% consideradas de risco médio, 28% de risco elevado e 29% de risco baixo. Dentro das empresas que se encontram com um risco máximo ou elevado de incumprimento, apenas 7% foram constituídas nos últimos 10 anos. O escalão que apresenta o maior risco de incumprimento é o de 16 a 25 anos, com 38%.
Em termos de localização, as empresas de produtos cosméticos estão especialmente concentradas em Lisboa (33%) e no Porto (19%), mas existem também empresas em outras regiões do país, como Braga (8%), Setúbal (8%) e Aveiro (5%). As restantes 27% das empresas deste setor encontram-se localizadas noutras regiões do país. Dos cinco distritos líderes do setor, Braga é o que apresenta a maior deterioração do risco de crédito: 32% das empresas do setor encontram-se num nível máximo ou elevado de incumprimento. Seguem-se Porto e Lisboa com 28%, Aveiro 27% e Setúbal com 21%.
Na evolução da tesouraria, as empresas de produtos cosméticos passaram a receber dos seus clientes em média a 24 dias, um aumento de 9% face a 2021, enquanto passaram a pagar aos seus fornecedores em média a 116 dias, uma subida de 17%. Esta tendência pode ter uma variedade de implicações para as empresas, incluindo uma pressão maior no fluxo de caixa, maior risco de incumprimento com fornecedores, bem como a necessidade de gerir cuidadosamente o prazo médio de recebimento e pagamento para manter um balanço financeiro adequado.
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