Para além do aumento das insolvências, também vemos uma tendência negativa nos dados das constituições de novas empresas, que decresceram 10% nos primeiros três meses do ano.
No distrito de Faro, composto por 16 concelhos, Loulé destaca-se como o principal polo empresarial, concentrando 20% das empresas da região. Seguem-se Faro com 14%, Albufeira com 13% e Portimão com 12%, reforçando a importância económica do litoral algarvio. Lagos e Silves representam 7% cada, enquanto os restantes concelhos agregam, em conjunto, os 27% finais, refletindo uma distribuição marcada pela centralidade urbana e turística.
Na região algarvia, verificou-se um crescimento expressivo de processos de insolvência (21%) no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período do ano anterior. Contribuindo também para este cenário menos positivo no distrito, verificou-se uma redução de 10% na constituição de novas empresas no mesmo período, o que revela dificuldades acrescidas nos negócios farenses.
No distrito de Faro, as microempresas dominam o tecido empresarial, representando cerca de 88% do total. No entanto, o seu peso na economia é mais modesto, contribuindo com apenas 22% da faturação global. Já as pequenas empresas, que constituem aproximadamente 11%, geram 43% do volume de negócios, assumindo um papel económico mais expressivo. As médias empresas, embora representem apenas 1%, são responsáveis por 24% da faturação, enquanto as grandes empresas, com uma presença inferior a 1%, asseguram 11% do total, revelando uma estrutura empresarial onde a dimensão não dita necessariamente o impacto económico.
A economia do distrito de Faro apresenta uma estrutura setorial diversificada, com o setor “Outros”, onde se incluem, por exemplo, o setor do turismo e do comércio de automóveis, a destacar-se ao representar 29% das empresas e gerar 57% da faturação total, evidenciando o seu peso estratégico. A construção, com 13% das empresas, contribui com 11% da faturação, enquanto os serviços, que abrangem 42% do tecido empresarial, são responsáveis por 24% do volume de negócios. Esta distribuição reflete não só o dinamismo e a diversificação da economia regional, mas também o papel central do turismo, que impulsiona diretamente vários setores e continua a ser um motor essencial do desenvolvimento económico no Algarve.
No distrito de Faro, a análise do risco empresarial revela um cenário de alguma vulnerabilidade: 29% das empresas apresentam risco elevado, 41% situam-se em risco médio e apenas 30% estão classificadas com risco baixo. As empresas com um risco de incumprimento elevado concentram-se maioritariamente no setor classificado como “Outros”, mas também nos setores de serviços e construção. Por outro lado, é também nestes setores onde se concentram a maior parte das empresas classificadas como de baixo risco de incumprimento.
No distrito de Faro, a longevidade das empresas revela-se um fator determinante no seu peso económico. As empresas com menos de cinco anos representam 38% do tecido empresarial, mas geram apenas 9% da faturação total, refletindo a fragilidade típica dos negócios mais recentes. Já as empresas com entre seis e dez anos, que constituem 21% do total, contribuem com 16% do volume de negócios. À medida que a idade avança, cresce também o impacto económico: empresas com 11 a 15 anos representam 11% do total e geram 15% da faturação, enquanto aquelas com 16 a 25 anos, embora sejam 17%, asseguram 25% do volume de negócios. O maior peso recai sobre as empresas com mais de 25 anos, que, apesar de representarem apenas 13% do total, são responsáveis por 35% da faturação do distrito, sublinhando a importância da maturidade empresarial na sustentabilidade económica da região. Também é possível verificar que, quanto mais anos de atividade têm as empresas, menor é o risco de incumprimento associado às mesmas.
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