44% das agências de viagens foram constituídas nos últimos cinco anos

A pandemia teve um impacto significativo na indústria do turismo, e as agências de viagens não foram exceção. Embora haja sinais de recuperação no setor, tendo apresentado um crescimento de 55% em 2021, as agências de viagens ainda se encontram longe dos níveis de negócio praticados em 2019. A diferença de faturação entre 2021 e 2019 é de 65%, graças às inúmeras restrições de viagens e ao cancelamento de reservas.

De acordo com dados do Insight View, o setor é composto por empresas relativamente novas, 44% das quais constituídas nos últimos cinco anos, e 25% nos últimos seis a 10 anos. Empresas mais antigas, com 11 a 15 anos, representam 11%, enquanto aquelas com 16 a 25 anos e as que têm mais de 25 anos representam individualmente 10%.

A análise agregada das contas oficiais apresentadas pelas empresas classificadas como Agências de Viagem e Operadores Turísticos mostra a realidade de um setor que trabalha com uma elevada dependência de financiamento externo, que representa 79% do total das suas fontes de financiamento, e uma baixa qualidade da dívida, uma vez que 62% dos fundos emprestados vencem a curto prazo. Nos últimos anos, as agências de viagens enfrentaram a mudança de hábitos de consumo associados à internet, reinventando a sua contribuição de valor sobre os pilares da experiência de compra, rapidez e simplicidade de contratação, as recomendações de clientes, o aconselhamento especializado e a redução dos custos.  

A distribuição por dimensão das empresas mostra a atomização de um setor em que a presença de grandes e médias empresas é um testemunho: 91% são microempresas, uma percentagem que sobe para 99% se acrescentarmos também as pequenas. Segundo os dados fornecidos pelo Insight View, Lisboa (36%), Faro (14%) e Porto (14%) são os distritos com mais agências de viagens, seguidos de Setúbal (6%) e Madeira (5%). Os restantes distritos nacionais contabilizam os 25% de agências remanescentes.