As empresas açorianas estão bastante dispersas pelos diversos municípios: Ponta Delgada concentra 35% do total de empresas do arquipélago, seguida por Angra do Heroísmo (15%), Ribeira Grande (9%), Horta (7%), Praia da Vitória (6%) e Lagoa (5%). Os restantes 13 municípios representam os 23% restantes das empresas. É, também, em Ponta Delgada onde estão localizadas o maior número de empresas distinguidas como PME Líder.

No primeiro trimestre de 2025, os Açores registaram um aumento de 6% nos processos de insolvência em comparação com o ano anterior. Foram criadas 218 novas empresas nos Açores também neste período, o que significa uma redução de 5% face a 2024.
Embora representem apenas 15% das empresas nos Açores, as pequenas empresas assumem um papel de destaque na economia regional, gerando quase um terço (32%) do volume de negócios. Ainda mais surpreendente é o peso das grandes empresas, que, apesar de serem praticamente residuais em número, concentram 35% de toda a faturação empresarial. Em contraste, as microempresas, que constituem a esmagadora maioria (83%), contribuem com apenas 12% do volume de negócios. Estes dados evidenciam uma estrutura empresarial onde o impacto económico não está necessariamente ligado à dimensão numérica das empresas, mas sim à sua capacidade de gerar valor.
A economia açoriana revela uma dispersão setorial marcante: quase metade das empresas (48%) atua no setor dos serviços, mas este grupo contribui com apenas 12% do volume de negócios. Em contraste, o setor industrial, embora represente apenas 5% das empresas, é responsável por 15% da faturação, demonstrando uma produtividade significativamente superior. Já os setores classificados como “Outros”, que incluem atividades menos tradicionais, representam 32% das empresas e geram mais de metade (53%) do volume de negócios, sublinhando a crescente relevância de áreas económicas emergentes e diversificadas no arquipélago.
A longevidade das empresas nos Açores revela-se um fator determinante no seu peso económico. As empresas com mais de 25 anos, embora representem apenas 16% do total, são responsáveis por impressionantes 61% do volume de negócios, destacando-se como pilares da economia regional. Em contraste, as empresas mais jovens, aquelas com menos de cinco anos, representam 30% do universo empresarial, mas contribuem com apenas 5% da faturação. As empresas com entre seis e vinte e cinco anos distribuem-se de forma mais equilibrada, tanto em número como em volume de negócios, mas nenhuma faixa etária se aproxima do impacto das mais antigas. Estes dados mostram que a experiência e a consolidação no mercado continuam a ser fatores-chave para o sucesso empresarial no arquipélago.
No total do volume de negócios no arquipélago, registou-se uma variação positiva de perto de 12% nos dados publicados mais recentemente. Quanto à gestão dos fluxos de caixa, mantivera-se praticamente estáveis, fixando-se o prazo médio de recebimentos em 56 dias e o prazo médio de pagamentos em 71 dias, que mostra que as empresas açorianas demoram mais tempo em pagamentos a fornecedores.