28 outubro 2022
estudos

Empresas portuguesas revelam resiliência e melhoram criação de valor em 2021

Criação de valor e rendibilidade das empresas não financeiras em 2021 favorecidas por menores riscos estratégicos, económicos, financeiros e de tesouraria. Significativo nível de resiliência das empresas testado ao longo de 2022.

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As empresas não financeiras portuguesas com volume de negócios não nulo revelaram uma resiliência favorável em 2021, com melhoria da criação de valor, geração de caixa e perceção de risco aproximando-se dos valores de 2019, ano de referência anterior à pandemia, segundo revela o estudo Panorama Empresarial Portugal 2021-2019 divulgado pela Iberinform, empresa de estudos e análise do grupo Crédito y Caución. 

Em 2021, segundo ano de impacto da pandemia na economia mundial, as empresas portuguesas recuperaram os níveis de Volume de Negócio face a 2020 (+18,7%), embora o montante de 347.263 milhões de Euros esteja ainda 5% abaixo do alcançado em 2019. 

Em termos de geração de caixa pelas operações, o universo das mais de 328 mil empresas analisadas registou uma variação positiva de +12% face a 2020, totalizando 52.714 milhões de euros, embora ainda 9,4% abaixo face a 2019. Contudo, a taxa de margem de segurança económica em 2021 evoluiu favoravelmente para 6,2% e aproximou-se dos valores de 2019 (6,6%), ou seja, o resultado económico da empresa passaria a ser negativo com uma quebra de negócios de 6,2%, valor muito acima dos 0,4% de 2020. 

O reforço dos níveis de liquidez das empresas não financeiras para fazer face a riscos acrescidos, conjugado com o aumento da margem de segurança económica e financeira das empresas não financeiras portuguesas permitiu aumentar o tempo de paralisação crítico por rotura de tesouraria de 1,9 meses em 2020 para 2,6 meses em 2021 (2,1 meses em 2019).

O Panorama Empresarial 2021-2019 da Iberinform evidencia que a rendibilidade económica bruta das empresas não financeiras portuguesas em 2021 ultrapassou os valores de 2019 situando-se nos 11% do EBITDA versus 10,8% em 2019. O indicador de produtividade também aumentou para um patamar próximo de 2019: 1,66 Euros de valor acrescentado por cada Euro de Valor dos Empregados (1,67 Euros em 2019).

O estudo indica, ainda, melhorias no Risco Estratégico e Risco Económico das empresas portuguesas face a 2020, alcançando-se os níveis percecionados em 2019. O Risco Financeiro também diminuiu face a 2020, com a autonomia financeiras das empresas a evoluir de 36,9% em 2020 para 37,6% em 2021 (39,3% em 2019). 

A diminuição do Risco de Tesouraria face a 2020 é confirmado pela diminuição das perdas por imparidade de dívidas de clientes e por uma maior aproximação do crédito de fornecedores efetivo do seu limite estimado: 61,9% acima do limite em 2020 para 48,8% acima do limite em 2021 (49,4% em 2019). O prazo médio de pagamento a fornecedores manteve-se estável nos 68 dias (69 dias em 2020 e 67 em 2019).

Construção, Bebidas ou Madeira e Cortiça entre as atividades mais resilientes

O estudo da Iberinform destaca a Construção, o Imobiliário, os Serviços de Utilidade Pública, a Indústria do Papel, a Madeira e Cortiça, os Têxteis e Vestuário ou a Indústria Farmacêutica como alguns dos setores de atividade que em 2021 apresentaram melhores indicadores de resiliência associados às suas atividades de produção e comercialização. No caso da Construção, o estudo salienta que o setor teve sempre continuidade na sua atividade, com as suas carteiras de obras nos mercados interno e externo, apesar das limitações de fornecimento de materiais, confirmando as boas perspetivas prévias. 

Com piores indicadores de resiliência associados destacam-se as atividades ligadas ao Turismo (Alojamento, Restauração, Transporte Aéreo de Passageiros, Operadores Turísticos e Atividades Cultuais) que foram fortemente afetadas pela pandemia. Contudo, o estudo refere que o setor está a recuperar fortemente o seu volume de negócios e os indicadores de criação de valor e de geração de caixa tanto em 2021 como em 2022.

O Panorama Empresarial 2021-2019 da Iberinform foi elaborado com base na análise dos agregados extraídos das Demonstrações Financeiras e seus anexos das empresas não financeiras portuguesas com volume de negócio não nulo e Certificação Legal de Contas ao longo dos períodos em análise. O universo em estudo abrangeu um total de 328.003 empresas (+1% face a 2019 e 14,3% face a 2020) que empregam 2.689.326 pessoas. 

Consulte o estudo completo aqui

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